quarta-feira, 20 de junho de 2012

GUERRA DE ATRITO E A BATALHA DE 13 DE SETEMBRO DE 1973.


Três semanas antes da Guerra do Yom Kippur começar, caças sírios e israelenses se enfrentaram sobre o Mar Mediterrâneo. O sírios perderam mais de uma dúzia de seus caças russos MIG-21, enquanto que as baixas de Israel foram bem menores. Acompanhe abaixo como foi o desenrolar desse épico dogfight.
Em 13 de setembro de 1973, os esquadrões 69º e 119º enviaram cada um dois McDonnell-Douglas RF-4Es em uma missão de reconhecimento para o norte da Síria. Um grande embate se desenvolveu entre aviões de Israel e da Síria, com formações de quatro aviões da IDF/AF (Israeli Defense Forces/ Air Force – Forças de defesa de Israel/Força Aérea) voando CAPs (Combat Air Patrol – Patrulha Aérea de Combate) ao longo da costa síria e libanesa, em um esforço para proteger os jatos de reconhecimento desarmados partindo para o alvo. Quatro McDonnell-Douglas F-4E Kurnass do 107º esquadrão voavam CAP a baixa altitude fora de Tartus (cidade no litoral da Síria), aguardando a ordem de subir e acompanhar de volta para casa os aviões de reconhecimento ou engajar interceptadores hostis. Da mesma forma, duas formações cada uma com quatro Dassault Mirage IIICJ formavam mais duas linhas de defesa com uma CAP fora de Beirute e outra fora da fronteira Israel/Libano. Um helicóptero de resgate posicionava-se mais ao sul.

Local do embate (Google Maps)

O GCI (Ground Controlled Interception – Controle de Interceptação em Terra) sírio previra o padrão de reconhecimento de Israel, e um número de MIG-21 foram bem vetorados com sucesso para o ponto onde era esperado que os intrusos atravessariam a costa. Um engajamento tornou-se inevitável, uma aeronave do 107º esquadrão aproveitou a oportunidade para registrar sua primeira vitória. O CO (Commandant's Office – Oficial Comandante) do esquadrão, Yifrach Spector, já um ás com oito vitórias quando piloto de Mirage III, com navegador Micha Oren, derrubou dois MIG-21, enquanto o vice-comandante, Shlomo Egozy, forçou o piloto a ejetar de seu jato após criva-lo com tiros de canhão.
Com sua pontuação pessoal agora elevada para 10 (incluindo uma “meia” vitórias e uma vitória compartilhada com outro piloto alcançadas quando voava o Mirage III), Spector tornou-se o segundo Israelense “duplo ás” (piloto com vitorias em dois tipos de avião). O piloto “Top” do país nessa fase ainda era Asher Snir com 12 vitórias, quando ainda voava com o Mirage III, embora já fosse piloto de Kurnass desde outubro de 1970.
As duas formações de Mirage III entraram na briga e abateram cinco MIGSs, mas um dos aviões israelenses foi perdido. Seu piloto ejetou e o helicóptero de resgate foi vetorado ao norte, com formações Kurnass enviadas para protegê-lo enquanto ele balançava no mar ao largo da costa da Síria, um longo caminho de casa.

Força Aérea de Israel - IDF/AD - CH-53 (S-65C-3) "Yas'ur" usado no resgate.


Os aviões do 119º foram os primeiros a chegar ao local e encontraram oito MIG-21 da SAF dispostos para uma luta. Um clássico engajamento frente-a-frente se seguiu, com adversários cruzando entre si e, em seguida, voltando-se para começar a batalha. Os Kurnass eram liderados por Omri Afek e Chaim Katz era seu navegador, e após colocarem-se atrás de dois MIG-21 derrubaram um deles com um AIM-9D. Enquanto Afek estava se preparando para atacar o segundo, seu ala pediu permissão para lançar, Afeck concordou, e um AIM-9D acelerou a partir de seu trilho de lançamento fazendo o MIG-21 desaparecer em uma bola de fogo, Rafael Koren e seu navegador Shimshon Rozen conquistaram sua primeira vitória.
Uma formação de quatro Kurnass do 69º esquadrão e mais dois Kurnass do 119º chegaram na área. Eles eram liderados por Moshe Melinik que, como piloto de um dos RF-4Es, começara toda a confusão no início do dia. A visão que os saudou era de dois pilotos sírios pendurados em seus pára-quedas, além de muitos outros MIG-21.
Os jatos do 69º foram os primeiros a enfrentar o inimigo, e o Kurnass nº 3, pilotado por Amnon Arad com o navegador Shaul Levi, destruiram um MIG-21 com um AIM-9D. Ao tempo que a segunda formação de F-4s do 119º chegou ao local, as tripulações do 69º estavam se revezando para atacar um solitário MIG-21. O avião voou para a mira do líder 119º Moshe Melnik e seu navegador Chaim Barkan, um bem armado e certeiro AIM-9D fez o resto.
Perder uma dúzia de MIG-21 em dois combates sucessivos provavelmente foi demais para o SAF. Mais nenhum MIG-21 apareceu, assim o helicóptero de resgate da IDF/AF (CH-53's - Sikorsky S-65C-3's equivalent ao US Marine's CH-53D) foi capaz de recuperar não só o piloto do Mirage III, mas também um dos pilotos sírios abatido. Mais uma vez, a imagem que surgiu na sequência desta missão foi a das tripulações Kurnass superando a pontuação dos pilotos Mirage III por sete mortes a cinco.
O número total de mortes Kurnass já tinha subido para 25, enquanto a relação vitórias ar-ar e vitórias-perdas entre novembro de 1969 e setembro 1973 também havia subido para a impressionante marca de 25 a 1.
O comandante da Força Aérea Israelense, o major-general Benjamin Peled convocou sua primeira conferência de imprensa desde que havia assumido o comando, ao seu lado, "um homem alto, piloto Mirage, vestindo seu impecável macacão de vôo, para falar sobre a batalha." O piloto explicou que ele foi forçado a abandonar seu avião quando o motor pegou fogo. Em resposta a uma pergunta sobre como ele iria avaliar os pilotos sírios, ele disse: "O trabalho na formação dos pilotos sírios não era a um nível elevado, e as estatísticas provam isso. Individualmente, eles não têm nenhuma chance de vencer em combate."
As respostas vindas de Israel e do exterior chegaram rapidamente junto com a condenação expressa por governos e organizações, houve também uma carta ao editor do jornal israelense Haaretz escrita por Nora Platinowitz de Ganei Yehuda, que protestou contra os vôos israelenses. "Se aviões sírios ou egípcios voarem ao longo da costa israelense, fora das fronteiras, em águas internacionais, teríamos de olhar para isto como uma provocação, como um exemplo de provocação óbvia pelo inimigo, e enviar nossos aviões contra eles", escreveu ela. "O que aconteceu em 13 de setembro foi o oposto." Platinowitz terminou a sua carta dizendo que, embora seja aparentemente necessário para testar as respostas do outro lado de tempos em tempos, a política externa "Israel não pode ser conduzido de acordo com considerações puramente militares. Nosso comportamento, brincar com o fogo, brincar com o nosso destino. "
Damasco apresentou queixa sobre o incidente no Conselho de Segurança da ONU, e protestos foram apresentados a partir de países árabes, os escritórios da Liga Árabe no Cairo, e dos países do bloco comunista. Meir Wilner, secretário de Rakah, o Partido Comunista de Israel, disse que "Rakah vê a ação da Força Aérea de Israel contra a força aérea síria, longe das fronteiras de Israel, como uma agressão e uma iniciativa digna de condenação". (Yael Greenfetter). 
McDonnell-Douglas F-4E - 69 Squadron Israeli Defence Force 1982.
Fonte: http://www.clavework-graphics.co.uk/

McDonnell-Douglas F-4E - 119 Squadron Israeli Defence Force. Com o Kurnass “144” Omri Afek e seu navegador Chaim Katz derrubaram um MIG-21 Sírio em 13 de Setembro de 1973. 

McDonnell-Douglas F-4E - 107 Squadron Israeli Defence Force. Kurnass 124
Fonte: http://wp.scn.ru/en/ww3/f/59/89/0

Foto: Isaac Gershman - http://www.primeportal.net/

Força Aérea da Israel - Dassault Mirage IIICJ (Shachak) 159 (CN 106) Marked as "159", Tayeset 101, da Base Aérea de Hatzor em 1974. Esta aeronave passou por várias encarnações físicas ao longo do tempo. Foi nesta aeronave, na época numerada '59 ', que Yoram Agmon derrubou um sírio MiG-21 em 14 de julho de 1966 obtendo a primeira vitória sobre o tipo. Esta aeronave originalmente codificada como "111" foi bastante danificada em um acidente durante a decolagem em outubro de 1969. A aeronave foi reconstruída como Nesher, utilizando as asas do Mirage 5J e recodificado "158". Pesquisa revelou que este era originalmente o "158" e as marcações da cauda foram alterados algum tempo depois que esta foto foi tirada. Apareceu com esta pintura após um longo ano de manutenção em 1974. Quando esta aeronave recebeu o novo motor ATAR 09C e o esquema de cauda mas não há confirmação por fotos. Juntamente com aeronave No. 58, este Shahak reivindica o maior número de vitórias, um total de 13. Estas são simbolizados na parte da frente da aeronave.

Força Aérea da Israel - Dassault Mirage IIICJ (Shachak) 159 (CN 106) Marked as "159", Tayeset 101, da Base Aérea de Hatzor em 1974.


Foto: Isaac Gershman - http://www.primeportal.net/

Foto: Isaac Gershman - http://www.primeportal.net/

Foto: Isaac Gershman - http://www.primeportal.net/

Foto: Isaac Gershman - http://www.primeportal.net/

Foto: Isaac Gershman Foto: Isaac Gershman - http://www.primeportal.net/

Apesar de o número de cauda “158” (CN 142), um cheque da placa de identificação da aeronave na roda também revela que este é na realidade o “159” (CN 106) - o Mirage israelense com o maior total de vitórias. Após 20 anos de serviço em Israel, esta aeronave foi vendida para a Argentina e depois de 20 anos de serviço na Fuerza Aérea Argentina, foi vendido de volta para Israel. O avião agora está em exibição no Museu da Força Aérea de Israel em uma mistura de marcações argentinas e israelenses.

Foto: Isaac Gershman Foto: Isaac Gershman - http://www.primeportal.net/

Foto: Isaac Gershman Foto: Isaac Gershman - http://www.primeportal.net/


Mirage III CJ # C-704, (CN CJ14), Escuadrón X - Grupo Aéreo de Caza 10, Base Aerea Militar Rio Gallegos, 1986. Para substituir suas perdas de aeronaves ocorridas durante a Guerra das Malvinas de 1982, a Argentina iniciou negociações com Israel para aeronaves de substituição. Israel vendeu 19 Mirage IIICJ e 3 BJ Mirage é a Argentina. Devido ao embargo para venda de armas a Argentina imposto pelos EUA e Reino Unido, para manter o segredo da venda longe so serviço de inteligência britânico, Israel, antes da entrega, pintou todas as aeronaves com as cores e marcas da Força Aérea Peruana. O primeiro carregamento de sete aeronaves chegou no dia 18 dezembro de 1982, com a última das 22 células que chegando no dia 29 de Março de 1983. Essas aeronaves eram todos veteranos endurecidos pelo combate da Guerra dos Seis Dias e da Guerra do Yom Kippur, com um sendo "Shahak # 159, que teve 13 vitórias a seu crédito. A aeronave foram atualizadas antes de serem colocadas em serviço. Isto incluiu a adição de dois rádios VHF, rádio HF, VOR, ILS, ADF e DME. O radar Cyrano nunca foi posto em serviço, devido a ser ultrapassado, mas foi deixado dentro do nariz como um contrapeso. Em 1991 todas as aeronaves tinham sido aposentadas com excessão do C-717 ainda voando com o Centro de Testes de Armas e Sistemas Operacionais (CEAS).

DIFERENÇAS ENTRE O MIRAGE IIICJ E O MIRAGE IIIE.

MiG-21F-13 Fishbed-C do 67th Esquadrão Força Aérea Síria (1970).


MiG-21F-13 Fishbed-C do 67th Esquadrão Força Aérea Síria (1970).



MiG-21FL Fishbed-D do 54th Esquadrão Força Aérea Síria (1970).



Referências:
6. Israeli Mirage and Nesher Aces – Shlomo Alomi – Osprey Aircraft of the Aces.
7. Mirage III vs Mig- 21 - Six Day War 1967 - Shlomo Aloni - 2010 - Osprey Publishing.
8. The Ultimate F-4 Phantom II Collection (Phantoms) - N. 1- Israeli Phantoms. The Kurnass in IDF/AF    Service 1969-1988Israeli Phantoms –'Kurnass' or 'Sledge-Hammer',.
9. The Ultimate Phantoms Collection (Phantoms) - N. 2- Israeli Phantoms. The Kurnass in IDF/AF Service 1989 until today.
10. Israeli F-4 Phantom II Aces – Osprey Publishing.

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